AMBIVALÊNCIA
Cia Novo Ato
Horror em cena, foi um dos sentimentos despertados na platéia, que precisou de ajuda para aplaudir o espetáculo. A peça em questão abordou questões como dupla personalidade, castidade, conflitos conjugais, violência sexual entre outros. A trama transmite ao espectador o ambiente ambivalesco, de pessoas com dupla personalidade, que estão em guerra constante com os seus “eus”; o qual muitas vezes gera violência física contra terceiros. Sutilmente também nos conduziu ao mundo ambivalesco, privado dos direitos do outro, frio, egocêntrico, daquele que em sua prática se apresenta o aliciamento de menor, a pedofilia, o estupro, o assassinato e a sodomia. Em todo desenrolar do drama percebe, que muitos dos conflitos e problemas dos homens, têm como pano de fundo a sua sexualidade. Seríamos nós, atuantes ativos do Pansexualismo? Nessa interrogação, vem a mente Mahatma Gandhi que se absteu de sua vida sexual, com o objetivo de purificação da alma. Teatro Físico com uma pitadinha de Teatro Realista dá vida a esses conflitos, que acarretam a vida de algumas pessoas comuns, que se tornam incomuns nos noticiários policiais. A marcação e o trabalho de corporal, perfeitos, com um efeito visual belo. Qualquer estudante de Teatro perceberia o valor que tem as técnicas de respiração para a prática teatral. Um momento cênico espetacular, foi quando a atriz Marília Ribeiro é girada dentro do seu pequeno mundo distorcido e como em um passe de mágica se apresenta a sua outra personalidade no corpo da atriz Ana Lu. Quer saber se o ator é bom? Dê um bife a ele. Quer saber se a cia é boa? Dê um drama a ela. E isso a cia tirou de letra, em meio a um Teatro inteligente, sob o tabuleiro do jogo das duplas personalidades e de alguns distúrbios sexuais. Vale a pena conferir a peça e se no final você ficar horrorizado, sem reação, é porque conseguiu entrar no mundo dessas pessoas.
Letícia Luccheze.
Nenhum comentário:
Postar um comentário