quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Equipe do Paralelo Mundi marca presença.

Ambivalência(s) estréia no Cine Ouro


Por Marcos Carneiro


Foto por José Jair
Praticamente todas as poltronas do teatro do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro estavam ocupadas, e nelas, olhos apreensivos captavam as ondas de movimentos produzidas por corpos que dançavam e se entrelaçavam para narrar o dúbio. A estréia do espetáculo Ambivalência(s), da Cia Novo Ato, assim como acontece em toda grande estréia, contou com burburinhos da platéia e surpresas a cada cena.

Com direção de Luiz Cláudio, o espetáculo narrou dramas existenciais do ser humano e dualidades de comportamento e se sentimentos como o amor e o ódio, relatados nas cenas cheias de musicalidade e de quente iluminação. Já na bilheteria as pessoas se assustavam quando o elenco surgia de uma porta convidando todos a entrar na bolha bacante do teatro, cantando ao som de um violão e uma gaita. O espectador que foi ao teatro teve a chance de presenciar um espaço cênico sugestivo: um assoalho em forma quadriculadas, como um jogo de xadrez, que transformavam em peças aqueles que o pisavam.
Foto por José Jair
Na peça relações complexas são compactadas em cinco personagens comunicativos, porém sombrios em suas formas. Cristal, interpretada pela fundadora da cia e atriz Marília Ribeiro, é uma esposa que viu seu casamento ir aos ares, por lembranças, mas o reconstrói em uma noite de gargalhadas, gemidos e devaneios dionisíacos, enquanto fantasmas lhe assombram.

Horácio, vivido por Silas Santana, é um marido voraz e impetuoso, cheio de ânsias próprias dos homens. Provoca uma incessante explosão de fluídos entre amor e sexo. A atriz Ana Lu deu vida a Karina, irmã mais nova de Cristal, que sonha em se tornar uma grande atriz de teatro. Acaba levando uma guerra para dentro de casa e levantando os desejos de Horácio. A personagem Karina, figura central do enredo, permeia entre os outros quatro personagens, que são duplos. “Sem a Karina, a peça não existiria, assim como a história. Ela é quem desenvolve toda a trama”, relata Ana Lu.

Foto por José Jair
Segundo o diretor, a peça fala do humano com comportamento dúbio, que se desfaz em atos no dia-a-dia. “Trabalhamos aqui a questão da duplicidade das pessoas. O lance de você querer ser algo que não é. Todos os componentes do cenário, do palco, de jogo e de músicas, são para levar essa idéia.” explica Luiz Cláudio. As coreografias corporais e a sonoplastia por teclado, presente do começo ao fim do espetáculo, segundo ele, foi resultado da adequação e improvisação da peça.


“O acompanhamento da música foi ao acaso, e somou de uma forma decisiva na peça. Fomos para um lado de uma ópera cínica, podemos dizer. Houve muita influência do canto e do coro, que enriquece o teatro.” Comemorando o aniversário de 13 anos, a primeira fatia do bolo vai ao público goianiense, que já conhece a história de profissionalismo do grupo. “Bom, a Marília colocou no panfleto que era 10 anos, mas são 13 já. Ela quer nos rejuvenescer, mas vamos fazer isto nos palcos!” Na primeira apresentação de Ambivalência(s), o convite foi dado ao fazer um vôo de sentimentalidade, em apenas um ato.


Fonte: http://paralelomundi.blogspot.com/2011/09/ambivalencias-estreia-no-cine-ouro.html

Confiram os destaques na mídia Goiana da Estréia

21/09/2011 18h47 - Atualizado em 22/09/2011 14h24

Espetáculo 'Ambivalência(s)' terá duas apresentações em Goiânia

Cia de Teatro Novo Ato encena peça na sexta-feira (23) e no sábado (24).
Trama discute os sentimentos conflitantes vivenciados pelos seres humanos.

Do G1 GO
Espetáculo 'Ambivalência(s)' será interpretado pela Cia de  Teatro Novo Ato  (Foto: divulgação)
Espetáculo 'Ambivalência(s)' será interpretado pela
Cia de Teatro Novo Ato (Foto: Divulgação)


A Cia de Teatro Novo Ato apresenta na sexta-feira (23) e no sábado (24), no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, o espetáculo “Ambivalência (s)”. A peça é uma adaptação da obra escrita por Miguel Jorge sob a direção de Luiz Cláudio e coordenação de elenco de Marília Ribeiro.
Com o elenco formado por Silas Santana, Marília Ribeiro, Ana Lu e Luciano Di Freitas, a trama reflete os conflitos pessoais, as individualidades, as múltiplas personalidades e as ambivalências vívidas pelos seres humanos. Além disso, a companhia traz uma montagem de cenário onde o público possa sintetizar e problematizar as imagens perante o tema.


Sinopse
Personagens vivenciam angústias, medos, frustrações e mistérios que envolvem vários recortes sociais. São discutidos assuntos como sexo, casamento, prazer, medo da solidão, ambição, sensibilidade emocional, mitos, entres outros assuntos.


Serviço
Ambivalência (s) com Cia de Teatro Novo Ato
Data: Dias 23 e 24 de setembro
Horário: 21h
Local: Teatro Goiânia Ouro (Rua 03, esq. com Rua 09, nº 1016, Galeria Ouro, Centro)
Ingresso: R$10 (inteira) e R$5 (meia)
Informações: (62) 3524-2542

Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2011/09/espetaculo-ambivalencia-s-tera-duas-apresentacoes-em-goiania.html

sábado, 24 de setembro de 2011

Estreia do espetáculo Ambivalência(s) com muito suor, lágrimas e corpo no Goiânia Ouro

Ontem ás 21 horas os atores Ana Lu, Luciano Di Freitas, Marília Ribeiro e Silas Santana subiram ao palco do Teatro do Centro Cultural Goiânia Ouro. Com muita música e dança os espectadores puderam curti mais de 1 hora de espetáculo. Compondo a 4ª Semana de Teatro idealizada e organizada pelo Grupo de Theatro Arte e Fogo a Novo Ato agradeceu a parceria e o público presente. A estreia contou com a presença de diversas personalidades do Teatro e das mídias em Geral entre elas a Professora Carmelinda Guimarães, Sêmio Carlos (Arte e Fogo), alunos da EMAC-UFG e também com a honrosa presença do autor da peça Ambivalência Miguel Jorge. Hoje a peça será novamente apresentada ao público goiano seguida de um debate.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A construção de Partituras cênicas em Ambivalência (S)

O processo de elaboração, criação e recriação no projeto ambivalência foi pautado por exercícios corporais e também de voz. Após a leitura do texto do Miguel Jorge foram surgindo algumas imagens teatrais que com os ensaios foram colocadas em prática nos diversos testes de cena. Ao ler o texto podemos interpretá-lo através das imagens que apareciam na mente de cada ator, depois apresentávamos as imagens e discutíamos coletivamente cada imagem em grupo. Em seguida começamos passar cena por cena, testando voz, imagem, marcação e realizando alguns exercícios de voz e corpo que durante o processo de montagem sugeriam cenas, então a partir dos exercícios conseguíamos montar algumas partituras teatrais.
O processo de criação é processual e demasiadamente cansativo em alguns momentos, pois exige dos sujeitos envolvidos na construção de uma peça total entrega corporal e espiritual. Corporal no sentido de que o corpo precisa estar livre para a criação de partituras teatrais e quanto ao espiritual, porque exige a consciência da criação e ao mesmo tempo a improvisação e liberdade para a confecção das cenas.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DIVULGAÇÃO DA AMBIVALENCIA(S) NO CENTRO EM GOIÂNIA

 

Mega divulgação no centro de Goiânia agita chorinho.

Empolgante Divulgação de Ambivalência(s) agita o Chorinho do Grande Hotel!!!

Nessa sexta-feira 16 de setembro a Cia de Teatro Novo Ato agitou a noite goianiense com uma gloriosa e empolgante divulgação do seu mais novo espetáculo. A divulgação foi realizada com muita cantoria e poemas bem no centro da cidade. Com máscaras e figurino inusitados a equipe realizou um trabalho espetacular de divulgação. As pessoas eram abordadas na rua e recebiam um brinde e um convite especial para assistir ao Ambivalência(s). Foram distribuídos mais de 1500 panfletos, a divulgação encerrou-se por volta das 22 e 30 com objetivo cumprido.

HORÁCIO
O homem-monstro trás nos olhos a dúvida,
do medo,
do horror,
e da vida.
As vozes ecoam inquietações,
As palavras materializam sua fúria diante da incerteza.
Nem mais nem menos
Horácio é a loucura, o medo,
a dúvida e por teimosia retomo: a incerteza.
Vagando seu espírito inquieto e assustador
Rondam por todo o universo: os homens-monstros.
Horácio ora
Piedade por toda fragilidade,
Piedade pela imaturidade,
Do Primitivo espírito, tenha piedade
A vida é um emaranhado de mistérios
Envolto na dor e no prazer
Denominam-se: vitimas e culpados.
Piedade, (...)
Horácio ora e clama por Piedade.
O sensato ao ouvir pensa, pensa, pensa.
De um ímpeto a PERGUNTA-
Será de tuas mãos a primeira pedra a ser lançada?
Ambivalências
Ruas tortas,
O caminho duplo,
O contrário dos contrários.
Envolta em espinhos contemplamos a pureza das rosas.
Da experiência dos duplos e da valência
Nascem as formas: Cristal e Horácio.
Positivo e Negativo
-Inversos-
-Duplos-
-Perigosos-
Ângela e Paulo – Mito ou verdade.
Karina
Deita o peito nu na brancura do céu...
Menina, atriz, irmã
Contorna com seus lábios os pensamentos vagos de Horácio
Dança bailarina infeliz
Sonha na embriaguez - sonhos distantes e irrealizáveis
Empresta a alegria, a inocência e o corpo -
num gozo roubado ou emprestado?
Deita,
Grite
Eleve-se ás alturas
Dança a suave melodia da menina-atriz.
Mona Lisa
De um anglo reto a curva
Na imensidão das cores temos a ausência delas
Do poema a agitação das palavras
MONA LISA
Mulher, menina, homem?
Masculino e feminino
Nas sombras e contornos temos diversas formas
Seu olhar habita o mais profundo mistério
É ela, é ela- ouvimos suas risadas ou será um choro,
Quem, pois acreditaria que a MONA LISA chora lágrimas de Cristal?
Poemas de Silas Santana (ator, professor, bailarino, escritor, integrante da Cia Novo Ato)
Setembro 2011

Desabafo as vésperas!!!

Bem estamos em véspera de estreia ,nisso a ansiedade não poderia faltar, mas dentre as soluções que vamos encontrando,a cada dia que passa tem sido o que levemente nos alenta, o grupo tem se mostrado bem proativo, venho acompanhando, uma evolução, ao longo de todo o processo, agora estamos em fase de acabamento onde, nossa entrega passa a ser mais evidente e necessária, ajustes, pontos de vistas, divergências, comunhão,iluminação, Goiânia Ouro, divulgação,cartazes... caos, stress e muito engarrafamento ate chegarmos no ensaio, mas sempre chegamos, será que o Miguel vai gostar, e sempre vai haver alguém dizendo que não entendeu, num dia aquilo foi genial, no outro dia nada a ver... mas aproveita e vai lá ver, o que o Kantor diria, a música que ouço todo dia e do Phillip Glass, um dia levei pro ensaio, um achou uma maravilha, a outra execrou, vou no Fórum de justiça, não aceitam pregar o cartaz, da peça, dizem que só colocam coisas ligadas a justiça... Cultura é o que?esta tarde mas... a luta continua 23/9 e 24/9 Goiânia ouro, estréia Ambivalencia(s)!!!! Queremos falar de poesia visual, o outras obsessoes...


Luis Cláudio
Direção e acompanhamento músical



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Bela Vista de Goias

(Meu primeiro contato direto com as postagens do blog, vou logo dizendo, meu teclado não esta configurado com os acentos e muito provavelmente nao vou me recorrer ao "Mapa de Caracteres" rsrsrs, tenham paciência e programem-se para um pouco de analfabetismo. )


Por Ana Lu

No dia 10 de Setembro a Cia. Novo Ato partiu para uma viagem com um destino não muito distante da nossa cidade, Goiania, fomos para Bela Vista de Goiás que fica a 45 quilômetros da Capital. Saímos com o intuito de ensaiar o espectáculo e termos um momento de descontração, que por um lado pode ser encarado como uma concentração, de companhia, de espectáculo e do ator.
Nao fizemos nenhum roteiro nem bolamos um plano para conseguir o que queriamos, afinal estavamos tentando fugir da rotina e dos horarios ja impostos em nossos ensaios diarios. Tivemos um belo passeio, comecando com nosso motorista NOTA 10 Marilia Ribeiro, nao e por nada, mas digo de passagem, se eu fosse agente da AMT, coitada... hehehe melhor deixar quieto! Com muita dificuldade algumas buzinadas, uns sustos, enfim... chegamos VIVOS! Nos deparamos com uma fazenda enorme para a surpresa de muitos, maravilhosa e toda para nos, imaginem.
Conseguimos atingir o esperado, os ensaios ao ar livre, no primeiro dia debaixo das estrelas e no segundo com um pouco de sol. E tambem nossa comunhao, o fortalecimento do nosso laco e o desenvolvimento de uma convivencia harmoniosa.
Apos narrar um pouco de como foi o nosso passeio, devo dizer o que venho tentando desde o incio, e que serve para todos que ali estavam presentes e claro, aos que nao estavam, aos que fazem parte de outros grupos sejam de teatro ou nao, aos que trabalham dentro de empresas, aos que estao presente na familia, enfim, aos que vivem em sociedade:
Passar por processos sejam dos mais rápidos aos mais demorados, processos dos quais nos entregamos todos os dias, eles exigem sinceridade e dedicacao.
A pessoa mais importante nisso tudo e voce mesmo. Procurar estar bem consigo e a primeira coisa para que voce possa estar bem com os que te rodeiam.
Ser uma pessoa boa é respeitar o proximo!
Ser amigo, e saber que vai existir momentos em que voce ira precisar cuidar (Como aconteceu conosco, dar banho, limpar o vomito etc) nao vou nem citar nomes ...hehe... Nem preciso dizer que nossos estudos dionisiacos se fiseram presentes "Eis o Baco da Ypioca"
Mas enfim, saibam que um grupo deve estar em sintonia, o que nao quer dizer que deve gostar das mesmas coisas, falar as mesmas coisas e nem concordar com nada, mas quer dizer que podemos dar o mesmo passo de diferentes formas, mas estaremos caminhando para o mesmo lugar!
Agradecendo a presenca de cada um que ali esteve e que pode fazer com que tudo isso ficasse claro:
Luciano Di Freitas
Silas Santana
Marilia Ribeiro
Nayara Nunes
Luis Claudio
Loren Ribeiro
Pedro Luis

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ESTRÉIA - Dia 23 e 24 de Setembro

     Ambivalência(s) a mais nova produção da Cia. Novo Ato é uma sinfonia desconstrutivista uma ópera total que pertence a um universo de angústias, medos, frustrações e mistérios que envolvem os seres humanos na sociedade. Temos em Ambivalência(s) vários recortes sociais que colocam em discussão sem tomar partido, algumas questões humanas entre elas o sexo, o casamento, o prazer, o medo da solidão, a ambição, a fragilidade dos sentimentos, o estupro, o ser social versus o ser individuo, a sociedade com seus mitos e tabus entre outros assuntos.
Cristal e Horácio se encontram depois de dez anos separados. O diálogo entre eles segue uma perspectiva do pensamento oscilando entre o objetivo e o subjetivo, as ações seguem o fluxo das memórias e flashes que denunciam cenas envoltas em rancores, mágoas, prazeres, dores, solidão e principalmente medo. Os duplos psicológicos de Cristal e Horácio respectivamente Ângela e Paulo denunciam esses medos com suas pavorosas máscaras, suas vozes atrevidas, seus gestos vulgares e fora dos padrões sociais. À medida que Cristal e Horácio conversam o expectador é convidado a penetrar o universo psicológico e social dos dois envolvidos pelo laço matrimonial e pela revelação de um estupro.
    Durante o processo a Cia. Novo Ato trouxe como um desafio a montagem de cenas que pudessem sintetizar e problematizar tais imagens e temas. Transmitir tais idéias de forma que o expectador possa também criar suas imagens. 
    O Processo imersivo e escavatório parte do ao vivo de cada dia,da labuta consigo mesmos, da experimentação e descarte.O estudo é um alimento vivo que nos instiga a cada contato.A entrega total e sem defesa dos corpos, das imagens, dos sons numa composição que trilhou um longo e árduo caminho de preparação corporal,vocal,pesquisa (vídeos,dança,grandes mestres),construção e desconstrução das cenas,acabamento e detalhes: muito suor,lágrima,alma,corpo e sangue.
   Essa peça não fala de um grupo, de uma família, de um casamento. Ela fala do ser humano, em todos os seus conflitos pessoais, suas dualidades, suas múltiplas personalidades, suas ambivalências. Essa peça fala de você e de mim, fala de nos como homens e mulheres, como seres humanos, por vezes monstruosos, criminosos, por vezes amorosos, ternos, maternos, sagrados.
    Ambivalência(s) é extraída da obra do escritor Miguel Jorge que conta com os atores pesquisadores-criadores : Silas Santana, Marília Ribeiro, Ana Lu  e Luciano Di Freitas, sob a direção e acompanhamento musical de Luiz Cláudio,coordenação do elenco de Marília Ribeiro. Este projeto tem o apoio da Lei Municipal de Incentivo à cultura de Goiânia.




Estréia do espetáculo Ambivalências dia 23 e 24 de setembro às 21 hs no Teatro do Centro Cultural Goiânia Ouro.

sábado, 3 de setembro de 2011

Bacanal cotidiano!

Baco, também chamado Dioniso, na antiguidade era o deus do vinho e do teatro. Licenciosidade sexual, possessão e transcendência de limites da vida cotidiana eram as formas de contato com o deus, seu culto era uma experiência corporal instintiva, continuamente associado às orgias e bebedeiras, festas que levavam à uma transe uma experiencia de perda de consciência.

"Cristal: Medo da bebida, de você, de suas palavras, medo de que pudesse me... Você levava-me para a cama quase arrastada, rasgava-me a roupa, deixava-me nua, mordia-me os lábios, a boca, a barriga, cometia loucuras. O cheiro de cachaça entranhado em minha pele." (Fala de Cristal para Horácio, Ambivalência, Miguel Jorge.) 

A embriaguez entendida como mudança de estado de consciência é compreendida como a emergência do divino no culto dionisíaco.

O dom de Dioniso é o dom da absoluta liberdade, seu culto exigia um envolvimento visseral ligado ao êxtase e a selvageria. A peça as Bacantes de Eurípedes (480-406 a.C.) ilustra bem o espirito relacionado ao culto de Baco.


O culto a Dioniso era a expressão máxima do divino que existe oculto no inconsciente, com música, dança, festa e representações. A energia de Baco é a energia do teatro primitivo, por meio do transe, da celebração festiva e coletiva. O teatro é livre e deve se permitir, o expressar de um inconsciente que é socialmente reprimido e encontrar meios de mostrar um vida cotidiana em contraposição/composição ao extra cotidiano.

"Cristal: A sempre um bom motivo para uma celebração" (Cristal para Horácio, Ambivalência, Miguel Jorge.) 

Dos faunas o cortejo alegre e rude
Rodeia Baco, cuja fronte a hera
Cinge, como a Apolo, e a quem espera
Como a Apolo, a eterna juventude.
Em torno ao jovem deus, lindas bacantes,
Címbilos, tirsos, plantas carregando,
Da embriaguez se mostram presa, quando
Bem alto entoam versos delirantes.


Luciano Di Freitas
Ator-pesquisador da Cia Novo Ato