Ambivalência(s) estréia no Cine Ouro
Por Marcos Carneiro
Foto por José Jair |
Praticamente todas as poltronas do teatro do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro estavam ocupadas, e nelas, olhos apreensivos captavam as ondas de movimentos produzidas por corpos que dançavam e se entrelaçavam para narrar o dúbio. A estréia do espetáculo Ambivalência(s), da Cia Novo Ato, assim como acontece em toda grande estréia, contou com burburinhos da platéia e surpresas a cada cena.
Com direção de Luiz Cláudio, o espetáculo narrou dramas existenciais do ser humano e dualidades de comportamento e se sentimentos como o amor e o ódio, relatados nas cenas cheias de musicalidade e de quente iluminação. Já na bilheteria as pessoas se assustavam quando o elenco surgia de uma porta convidando todos a entrar na bolha bacante do teatro, cantando ao som de um violão e uma gaita. O espectador que foi ao teatro teve a chance de presenciar um espaço cênico sugestivo: um assoalho em forma quadriculadas, como um jogo de xadrez, que transformavam em peças aqueles que o pisavam.
Foto por José Jair |
Horácio, vivido por Silas Santana, é um marido voraz e impetuoso, cheio de ânsias próprias dos homens. Provoca uma incessante explosão de fluídos entre amor e sexo. A atriz Ana Lu deu vida a Karina, irmã mais nova de Cristal, que sonha em se tornar uma grande atriz de teatro. Acaba levando uma guerra para dentro de casa e levantando os desejos de Horácio. A personagem Karina, figura central do enredo, permeia entre os outros quatro personagens, que são duplos. “Sem a Karina, a peça não existiria, assim como a história. Ela é quem desenvolve toda a trama”, relata Ana Lu.
Foto por José Jair |
“O acompanhamento da música foi ao acaso, e somou de uma forma decisiva na peça. Fomos para um lado de uma ópera cínica, podemos dizer. Houve muita influência do canto e do coro, que enriquece o teatro.” Comemorando o aniversário de 13 anos, a primeira fatia do bolo vai ao público goianiense, que já conhece a história de profissionalismo do grupo. “Bom, a Marília colocou no panfleto que era 10 anos, mas são 13 já. Ela quer nos rejuvenescer, mas vamos fazer isto nos palcos!” Na primeira apresentação de Ambivalência(s), o convite foi dado ao fazer um vôo de sentimentalidade, em apenas um ato.