Ambivalência(s) a mais nova produção da Cia. Novo Ato é uma
sinfonia desconstrutivista uma ópera total que pertence a um universo de angústias, medos, frustrações e mistérios que
envolvem os seres humanos na sociedade. Temos em Ambivalência(s) vários
recortes sociais que colocam em discussão sem tomar partido, algumas questões
humanas entre elas o sexo, o casamento, o prazer, o medo da solidão, a ambição,
a fragilidade dos sentimentos, o estupro, o ser social versus o ser individuo,
a sociedade com seus mitos e tabus entre outros assuntos.
Cristal e
Horácio se encontram depois de dez anos separados. O diálogo entre eles segue
uma perspectiva do pensamento oscilando entre o objetivo e o subjetivo, as
ações seguem o fluxo das memórias e flashes que denunciam cenas envoltas em
rancores, mágoas, prazeres, dores, solidão e principalmente medo. Os duplos
psicológicos de Cristal e Horácio respectivamente Ângela e Paulo denunciam
esses medos com suas pavorosas máscaras, suas vozes atrevidas, seus gestos
vulgares e fora dos padrões sociais. À medida que Cristal e Horácio conversam o
expectador é convidado a penetrar o universo psicológico e social dos dois
envolvidos pelo laço matrimonial e pela revelação de um estupro.
Durante o processo a Cia. Novo Ato trouxe como um desafio a montagem de cenas que
pudessem sintetizar e problematizar tais imagens e temas. Transmitir tais
idéias de forma que o expectador possa também criar suas imagens.
O Processo imersivo e escavatório parte do ao vivo de cada dia,da labuta
consigo mesmos, da experimentação e descarte.O estudo é um alimento vivo que
nos instiga a cada contato.A entrega total e sem defesa dos corpos, das
imagens, dos sons numa composição que trilhou um longo e árduo caminho de
preparação corporal,vocal,pesquisa (vídeos,dança,grandes mestres),construção e
desconstrução das cenas,acabamento e detalhes: muito suor,lágrima,alma,corpo e
sangue.
Essa peça não fala de um grupo, de uma família, de um casamento. Ela fala do
ser humano, em todos os seus conflitos pessoais, suas dualidades, suas múltiplas
personalidades, suas ambivalências. Essa peça fala de você e de mim, fala de
nos como homens e mulheres, como seres humanos, por vezes monstruosos,
criminosos, por vezes amorosos, ternos, maternos, sagrados.
Ambivalência(s) é extraída da
obra do escritor Miguel Jorge que conta com os atores
pesquisadores-criadores : Silas Santana, Marília Ribeiro, Ana Lu e
Luciano Di Freitas, sob
a direção e acompanhamento musical de Luiz Cláudio,coordenação do elenco de
Marília Ribeiro. Este projeto tem o apoio da Lei Municipal
de Incentivo à cultura de Goiânia.
Estréia do espetáculo Ambivalências dia 23 e 24 de setembro às 21 hs no Teatro do Centro Cultural Goiânia Ouro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário